As Cataratas foram descobertas por Alvãr Nuñes Cabeza de Vaca, grande explorador
espanhol, que nasceu em Jerez de la Fronteira, sul da Espanha, em 1507 e faleceu em
Sevilha, em 1559. Antes de passar pelo rio Paraná e Iguaçu, ele estivera na América do
Norte, onde percorreu a região do Mississipi, Arkansas, Colorado, Novo México e
Arizona, atingindo em 1536 a Califórnia.
No dia 31 de janeiro de 1542, Cabeza de Vaca comandava uma expedição de espanhíes,
que atravessou a região, habitada pelos índios Caiagangue e Tupi-Guarani, rumo à colônia
de Assunção, ponto estratégico para os espanhóis alcançarem o império Inca. Dentre
inúmeros obstáculos enfrentados durante a viagem, ao descer o rio de canoa à procura
de uma rota para Assunção, no Paraguai, o desbravador só teve tempo de gritar "Santa
Maria, que beleza!", ao avistar pela primeira vez as cataratas. Assim, com sorte e habilidade
para escapar da terrível armadilha do rio, Cabeza de Vaca entrou para a História por seu
feito e por sua frase célebre. Ele foi o primeiro branco, cristão e nobre a registrar as Cataratas
do Iguaçu. Mas, ao encontrar o abismo de água, batizou-as de Saltos de Santa Maria. Mais
tarde elas se tornaram conhecidas pelo nome definitivo, Cataratas do Iguaçu. YGUAZÚ,
para os índios guaranis que havia mais de 2 mil anos habitavam a região, significa "água grande".
Bela e inacessível, a região somente voltaria à cena no século XVIII, quando os jesuítas
se estabeleceram na área para catequizar os índios. No meio tempo, porém, continuou alvo
de disputa entre espanhóis e portugueses. Aliás, a delimitação do território seria definida
somente após a independência da Argentina, do Paraguai e do Brasil.Nas primeiras décadas
deste século, a região permaneceu isolada e despovoada. Os raros visitantes, porém, não
poupavam elogios à exuberância do local.